08 junho 2009

Dúvida

Agora, la vamos nos, falar sobre filminhos de novo. Alias um filme que eu acabei de ver, e que me deixou extremamente impressionado - é eu não consigo achar uma palavra melhor.




Duvida! Filme baseado em uma peça teatral ganhadora do Prêmio Pulitzer de drama em 2005. o que por si só já e um ponto de partida muito interessante. E o filme não deixa de se cumprir em nenhuma das cenas. E uma historia extremamente intrigante, forte, reflexiva e contemplativa. Conduzida tão elegantemente pelo diretor John Patrick Shanley[Que alias, faz as vias de Robert Rodriguez. Alem de dirigindo, adaptando a paca escrita por ele mesmo para o cinema]
O filme e conduzido de uma forma convincente é tão bem interpretado pelo time de atores centrais que você acaba por se perguntar: “porque outros filmes não selecionam tão bem o elenco.“ – “Quem é John Patrick Shanley, e por que eu nunca ouvi falar desse diretor que consegue um feito desses ainda?!”

A historia e mais ou menos a seguinte:
Na escola St. Nicholas, no Bronx, em Nova York no ano de 1964. A escola acabou de aceitar seu primeiro aluno negro, Donald Miller, devido às mudanças políticas da época. O padre Flynn progrecista de carteirinha acaba por acolher, e apoiar o garoto desenvolvendo uma ligação entre os dois. O que acaba por levantar suspeitas na jovem Um dia a irmã James, que acaba por contar suas desconfianças à diretora. O que faz com que a irmã Aloysius inicie uma cruzada moral contra o padre Flynn.



A historia vai sendo conduzida por metáforas ditas por padre Flynn durante seus sermões, e por diálogos que são nada menos que tapas na cara e murro no estomago.
Mas a grande qualidade de Dúvida não está só nos diálogos[Que são excelentes], está presente também em sua temática. É um filme que faz uma grande abordagem sobre o seu tema principal a dúvida. E essa abordagem vai ficando mais poderosa a medida que o filme se desenrola porque o espectador também fica em dúvida, sem saber se acredita na irmã Aloysius ou no padre Flynn


Cada cena e um duelo de atuações. E um dos melhores papeis de Meryl Streep[que interpreta a irmã Aloysius Beauvier] em anos, e mais uma atuação vísceral de Philip Seymour Hoffman[como padre Flynn], sem contar as duas atrizes coadjuvantes que arrebatam com performances contidas e desesperadoras. Amy Adams[como a irmã James] alia sua doçura e inocência natural a introspecção e ao desespero de alguém oprimida por uma figura severa, forte, imparcial e incrivelmente autoritária[a irmã Aloysius Beauvier] e é claro Viola Davis[Sra. Miller, mãe do garoto Donald Miller] que em menos de vinte minutos te derruba com uma interpretação digna de grandes prêmios e faz você perguntar de novo: "de onde essa atriz veio? e por que eu nunca ouvi falar dela antes?!"





Duvida e um filme que não pode ser muito bem explicado devido a complexidade do tema[temas] que aborda, deve ser assistido com cuidado e o mais imparcialmente possível, e acredite não vai ser difícil ver o filme mais de uma vez, seja pelo elenco fabuloso, seja pelos aspectos técnicos tão caprichados em uma produção pequena, seja pela historia que e marcante por si mesma.

O filme Recebeu 5 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Atriz (Meryl Streep), Melhor Ator Coadjuvante (Philip Seymour Hoffman), Melhor Atriz Coadjuvante (Amy Adams e Viola Davis) e Melhor Roteiro Adaptado. Uma para cada ator do grupo principal, algo difícil de se acontecer, ainda mais em um ano concorridíssimo como o de 2008. Alem de uma para o grande idealizador disso tudo John Patrick Shanley que usou as memórias de sua infância para criar uma historia incrível, e usando sua habilidade como diretor em teatro para conduzir um filme quase perfeito

E no fim restam as duvidas, no coração dos personagens e nas nossas mentes, quem sou eu pra julgar, eu já agi assim? Quem esteve certo? A quem culpar? Havia alguém a se culpar?


Trailer aqui, corre pra ver:

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