21 junho 2008

A senhora de Shalott





Num dos lados do rio estendem-se
Longos campos de cevada e centeio,
Que forram a planície e encontram o céu,
E através do campo a estrada vai
Até a bem cercada Camelot.
E para cima e para baixo as pessoas vão,
Olhando onde os lírios florescem
Em torno de uma ilha lá embaixo,
A ilha de Shalott.

Salgueiros brancos,faias estremecem,
Pequenas brisas empoeiradas e quebradiças
Através da onda que corre para sempre
Pela ilha no rio
Fluindo até Camelot.
Quatro muros cinzentos e quatro torres cinzentas,
Observando um espaço de flores,
E a ancorada ilha silenciosa
A senhora de Shalott.

Só ceifadores,cedo ceifando,
Entre as cevadas carregadas
Ouvem uma canção que ecoa alegremente
Da curva do rio,claramente
Até a cercada Camelot;
E pela lua o cansado ceifador,
Acumulando montes nas aéreas terras,
Ouvindo,os sussurros desta fada
A senhora de Shalott.

Lá ela tece noite e dia
Uma teia mágica com cores alegres,
Ela ouviu um sussurro dizem,
Uma maldição está nela se ficar
A olhar para Camelot.
Ela não sabe o que a maldição pode ser
E então ela resiste solidamente
E outros poucos dão importância a ela,
A senhora de Shalott.

E movendo através de um espelho limpo
Que pende diante dela todo o ano,
As sombras do mundo apareceram.
Lá ela vê o caminho próximo
Conduzindo até Camelot;
E às vezes através do espelho azul
Os Cavaleiros vêm cavalgando dois a dois.
Ela não tem nenhum cavaleiro verdadeiro e leal,
A senhora de Shalott.

Mas ela apenas encanta em sua teia
Para acenar às visitas mágicas do espelho,
Geralmente através de noites silenciosas.
Uma missa fúnebre,com plumas e luzes
E música,foi para Camelot;
Ou quando a Lua estava cintilante,
Vieram dois jovens amantes se casar tarde da noite.
“Estou meio cansada das sombras,” disse
a senhora de Shalott.

Um tiro do arco de suas ninfas arqueiras.
Ele cavalgou entre as cevadas quebradiças,
O sol veio deslumbrante através das folhas,
E inflamou-se sobre a armadura de bronze
Do destemido Sir Lancelot.
Um cavaleiro da Cruz Vermelha sempre se ajoelharia
Diante de uma senhora em seu terreno,
Que fulgura no campo amarelo,
Ao lado da remota Shalott.

Sua fonte clara na luz do sol irradiaria;
Nos cascos lustrosos de seu cavalo de guerra,
Debaixo de seu elmo brilham
Seus cachos negros como o carvão enquanto ele cavalga.
Como ele cavalga até Camelot.
Do declive e do rio
Ele olhou de relance no espelho de cristal,
“Tirra lira”,pelo rio
Cantou Sir Lancelot.

Ela deixou a teia,ela deixou o tear
Ela deu três passos através do quarto,
Ela viu o lírio d´água florescer,
Ela viu o elmo e a plumagem,
Ela olhou para Camelot.
A teia rompeu-se e flutuou na vastidão,
O espelho rachou de lado a lado;
“A maldição caiu sobre mim,” chorou
A senhora de Shalott.

Num vento tempestuoso do oeste repelindo,
Os pálidos bosques amarelos estavam minguando,
O vasto riacho em seus flancos queixando-se.
Chovendo o céu baixara pesadamente
Sobre a cercada Camelot;
Ela desce e encontra um barco
Sobre um salgueiro e deixa-se flutuar,
E em volta da proa ela escreveu
A Senhora de Shalott.

E descendo a superfície nublada do rio
Como um corajoso vidente em um transe,
Vendo todo o seu próprio infortúnio,
Com um semblante vidrado
Ela olhou para Camelot.
E no fim do dia
Ela desprendeu a corrente,e se deitou;
O vasto riacho a carregou para bem longe,
A Senhora de Shalott.

Ouvido um hino, pesaroso, sagrado,
Cantado ruidosamente, cantou humildemente,
Até que seu sangue foi lentamente congelando,
E seus olhos foram totalmente escurecidos,
Virados para a cercada Camelot.
Por aqui ela encontrou sobre a maré
A primeira casa do lado d´água,
Cantando a sua canção ela morreu,
A senhora de Shalott.

Sob a torre e a sacada,
Do muro do jardim e da galeria,
Um vulto cintilante, ela flutuou,
Uma palidez morta dentre elevadas casas,
Silencio pairando em Camelot.
Do distante cais, eles vieram,
Cavaleiro e burguês, lorde e dama,
E na proa eles lêem seu nome,
A Senhora de Shalott.

Quem é esta? O que faz aqui?
Com o palácio iluminado nas proximidades
Morreu o som da verdadeira vidente;
E eles se cruzaram por medo,
Todos os Cavaleiros de Camelot;
Mas Lancelot refletiu por um tempo,
Ele disse, "ela tem uma face adorável;
Deus em sua misericórdia conceda-a Sua graça,
A Senhora de Shalott.


Alfred Tennyson*

Um comentário:

@rainervinicius disse...

hum..
quem escreveu?
isso me lembra a trilha do Hans Zimmer.. que eu adoro!
kkkkkkkkkkkkkkk
=P