Muito e dito quando o diretor Sam Mendes, senta em sua cadeira e propõe observar e criticar o modo de vida humano, através das telas do cinema.
Alias muito e dito quando o diretor faz isso referente ao modo de vida americano, o famoso "American Way of life" - muito mais e dito quando o diretor que se propõe a fazer isso e um Inglês de descendência Portuguesa.
O que muita gente não lembra nessa hora e que não poderia ser de outro jeito, os EUA de uma forma ou de outra dominam a industria de cinema mundial, e fazer um filme que não seja centrado neles de uma forma ou de outra, seria meio irrelevante.
A meu ver Sam Mendes não enfoca a o "American Way" especificamente, ele usa essa e seus "trejeitos" pra fazer uma critica bem mais ampla, que e ao modo de vida das sociedades ocidentais. Não vamos falar do mundo por que eu não conheço a Ásia dai ia ser muita pretensão saber como andam as coisas por lá! - kkkkkkkkk
Enfim vamos ao filme de hoje, --- eu só ando falando de filmes por aqui meu deus, maais enfim, vamos lá....
Mais ou menos 10 anos depois de ter chocado o mundo, e ter sido catapultado ao estrelato com Oscar de diretor e filme em sua estréia, com um tema muito parecido em "Beleza Americana", voltamos ao subúrbio americano, só que dessa vez na aurora do estilo de vida americano.
Somos apresentados a Frank e April, um casal que najuventude se conhece se apaixona e se fascina pelo outro, se sentem especiais. Como é completamente natural para qualquer casal apaixonado, tudo parece perfeito tudo e lindo, e todos os sonhos estão longe do impossível.
Mas, algum tempo depois, apos se mudarem para o subúrbios americanos, casados, com filhos, e vendo a juventude se despedir, começam a se perceber salgados, dragados para dentro do meio de vida que consideram hipócrita, vazio, medíocre e deprimente, e que claro imaginam estar muito acima.
Frank trabalha em uma grande companhia, e ralativamente bem sucedido, e mesmo se sentindo aterrorizado por estar se tornando uma "reedição" de seu pai. Porem continua acomodado. April por sua vez se torna uma dona de casa exemplar cuidando de todas as tarefas do lar, enquanto se auto tortura com imagens do passado "glorioso" e das ambições que tinha para o futuro que nunca vão ser realizadas.
Em meio a amigos e colegas de trabalho, de sorrisos falsos e conselhos surdos, que torcem o nariz e não parecem acreditar na possibilidade de alguém ousar. Os sonhos parecem se transformar em ilusões, a angústia crescente entre: optar pela vida aleijada porem cômoda, ou seguir sonhos e ideais... Dia após dia, vão mutilando o sentimento do casal, o que vai causando lenta mais profunda transformação nos dois.
E April não agüenta, "surta" e decide jogar tudo pro alto, e tentar a vida em Paris. E é essa decisão que vai se tornar a catalisadora de todos os problemas abafados pelo casal. Consequentemente o fardo sobra para Frank.
O grande problema dos dois e que, nenhum se conhece de verdade e que da mediocridade da qual eles tanto querem fugir não esta no subúrbio onde eles moram, e sim dentro de cada um.
E um filme pesado, e talvez por isso ele tenha recebido tantas criticas ruins, e um filme, que precisa ser ruminado por bastante tempo a te serem digeridas todas as camadas e nuances dos personagens e da historia.
Leonardo DiCaprio e Kate Winslet repetem o sucesso a dupla que faturou mias ou menos dois bilhões de dólares nas bilheterias na década passada com Titanic. E se ali tinha-se muito romance o diretor deixou Titanic como prólogo feliz do casal. Nada em Foi apenas um sonho, e fácil, alias e m dos poucos casos onde o titulo nacional se aplica melhor do que o original, Tudo que April e frank desejaram e esperavam de si próprios eram sonhos, que na vida real muitas vezes não se realizam.
Alias falando em DiCaprio, e incrível o trabalho dele no filme, contida, latente, reprimida e desesperada, de um homem que não consegue fugir da própria vida, que ama e odeia -Principalmente em uma das cenas de briga do casal, lá pelo final que vai definir o rumo dos personagens.... E mesmo assim nada de indicação pra ele....
Uma das grandes surpresas do filme com certeza e Michael Shannon, que interpreta John Givings e indicado ao Oscar pelo papel. - Pros poucos que viram em 2007 o filme BUG com Ashley Jud, ali já dava pra ver um grande ator despenando. - Trailer aqui.
Enfim Shannon interpreta o filho da vizinha John Givings, um gênio porem neurótico que faz tratamento de choques. Seu personagem e um turbilhão de palavras duras, fala o que lhe da na telha sem ver a quem.... e acaba escancarando todo vazio e infelicidade da vida para Frank e April.
O nível de verdade e crueza que sai da boca de John, chega a incomodar tanto que ate você na platéia acaba ficando com a boca seca, enfim a verdade sempre incomoda. concorda? Michael Shannon interpreta fodasticamente o e concorreu ao Oscar junto com Heath Ledger. Alias vamos combinar, o ano que passou nos deu tantas interpretações incríveis e cheias de vida, que eu acho que vai ser muito difícil ver tão cedo um Oscar concorrido como esse.
Enfim voltando a Michael Shannon, e Heath Ledger. Imagina uma conversa entre o Coringa e John Givings, seria uma pérola da filosofia moderna. Imaginem o curinga destroçando os ideais do mundo na frente de John e em contra partida John destroçando as idéias do Curinga. Memorável!
Foi Apenas um Sonho se sobressai como um filme melancólico, e duro mais ainda é um ótimo filme. Maduro critico e com vários níveis de questionamento tanto pessoal quanto social, que de uma forma ou outra encontra um caminho ate tocar você, seja como um marido desesperado que ama a mulher mais não consegue satisfazê-la, como a mulher frustrada, e em certos pontos extremamente egoísta que não consegue se satisfazer nem se desvencilhar da própria teia que cria. Porque afinal... apos todas as revoluções sociais e espirituais que vivemos dos anos 50 ate agora, ainda vivemos em tempos vazios.
16 março 2009
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