02 agosto 2008

Ocultismo oculto





As historias de Harry Potter sempre me intrigaram. No inicio pelo modismo lançado, e não muito depois pela carga de referencias e temas "ocultistas" a que são regadas as historias do aprendiz de feiticeiro.
Referencias que passam longe do discreto, que vão dês de cores, imagens, animais, elementos, metáforas etc.

Mais com o passar do tempo, eu fui lendo os livros e me interessando pela historia, que para os fãs de fantasia e um ótimo passatempo, mesmo com a autora se apropriando de elementos de outros autores como Tolkien. Dessa forma absorvido pela historia, acabei parando de me atentar para os indícios de doutrinas e culturas anexadas pela autora as historias.

Pois bem, hoje eu estava lendo alguns textos sobre o assunto, alias textos que passam bastante longe do sensacionalismo de alguns sites "cristãos" sobre a nova era que você encontra só de clicar no google.

Um dos grandes pontos apontados, pelos estudiosos de ciências ocultas,(ou mesmo curiosos), são as referencias - as vezes ate roubos descarados - de mitologias e conceitos predecessores que a autora usa pra dar mais profundidade e riqueza a historia. Uma delas e o próprio castelo onde se situa a escola de bruxaria e feitiçaria de Hogwarts.

O Castelo de Hogwarts nao seria nada alem de uma reciraçao-reinvençao do Castelo “Casa do Sol” que seria a representaçao do coraçao dos iniciados na Alquimia antiga. Esse conto pode ser encontrado no livro “As Núpcias Químicas de Christian Rosenkreutz” (Chymische Hochzeit Christiani Rosencreutz), escrito em 1614 e utilizado na iniciação de algumas ordens rosa-cruzes.
"As Núpcias Químicas é um dos símbolos arquétipos da transformação alquímica. Existem muitos trabalhos sobre esse assunto por muitos ocultistas, místicos e autores posteriores."

Enfim vejam algumas comparações entrem os dois castelos:


1. Figuras na parede que se movem como se estivessem vivas

Os livros de Harry Potter - em todos os livros de Harry Potter - os quadros nas paredes movem-se como se estivessem vivos. “Estava cansado demais para se surpreender que as pessoas nos retratos ao longo dos corredores murmurassem e apontassem quando eles passavam …” ou “O castelo estava silencioso… os dois passaram pelos quadros que resmungavam e as armaduras que rangiam…”
Assim, os retratos nas paredes do castelo em que funciona a Escola de Magia de Hogwarts eram animados, como se estivessem vivos. Eles se moviam nos quadros e conversavam um com o outro. No segmento acima, as armaduras rangiam porque as pessoas no quadro estavam se movendo!


No livro, As Núpcias Químicas de Christian Rosenkreutz, encontramos o herói rosa-cruz, Christian Rosenkreutz, no fabuloso castelo do Rei e da Rainha da Esfera Supercelestial. Esse castelo chama-se “Casa do Sol” (sol, Tiferet, 666, pedra filosofal, magia, iniciados… heim? oi?).
O Rei e a Rainha seriam nada mais do que representações de Hochma e Binah, ou o Adão e Eva primordiais da bíblia alegórica. Eles também são representados por todos os finais de contos de fada nos quais o casamento entre o Cavaleiro e a Princesa os tornam Reis e rainhas que “vivem felizes para sempre”.

Christian pouco percebe que a razão pela qual foi convidado a esse castelo foi para testemunhar pessoalmente a reencarnação dos seis reis menores e de suas rainhas por meio do processo da Alquimia.
À medida que Christian percorre os corredores desse castelo celestial, observa algo muito estranho nas paredes. “…existiam ali na parte inferior e superior do quarto imagens maravilhosas, que se moviam, como se estivessem vivas…”


2. A Besta Fabulosa no Livro de Harry Potter - O Prisioneiro de Azkaban

No terceiro livro da série, Harry, Ron e Hermione são levados a uma aula chamada “Trato das Criaturas Mágicas”.

“Trotavam em direção aos garotos mais ou menos uma dezenas dos bichos mais bizarros que Harry já vira na vida. Elas tinham os corpos, as pernas traseiras e as caudas de cavalo, mas as pernas dianteira, as asas e a cabeça de uma coisa que lembrava águias gigantes, com bico cruéis cinza-metálico e enormes olhos laranja-vivo. As garras das pernas dianteiras tinham uns quinze centímetros de comprimento e um aspecto letal.”
Assim, a cabeça, pernas dianteiras e asas dessa criatura eram a de uma águia gigante; no entanto, o restante do animal era como um cavalo. Essa criatura chamava-se “Hipogrifo”.


Em As Núpcias Químicas, Christian testemunha uma batalha muito estranha no castelo entre duas criaturas. “No interlúdio, um leão e uma besta fabulosa, que tinha corpo de cavalo e cabeça e asas de águia, são colocados para lutar um contra o outro, e o leão venceu, o que foi também um belo espetáculo”.


3. Ambos os castelos são cercados por lagos que comportam grandes navios

Rowling descreve a Escola de Magia de Hogwarts nas proximidades de um grande lago. Em HP e o Cálice de Fogo, um grande navio traz os Mestres da Magia da escola de Durmstrang, para Hogwarts, para participarem de um Torneio dos Campeões do Tribruxo.

Em As Núpcias Químicas, a Casa do Sol também está nas proximidades de um grande lago. Após os Reis menores e suas Rainhas serem decapitados em um ritual, a noite vem, e Christian Rosenkreutz adormece na cama. Subitamente, ele é despertado por uma luz muito brilhante. Ele vê seis navios aportando próximos ao castelo, flutuando nas águas do lago. Os caixões de cada Rei e Rainha foram embarcados, um par de caixões por navio. Em seguida, os navios partiram para o Monte Olimpo, onde os Reis e suas Rainhas retornaram à vida, de acordo com os preceitos da Alquimia.


4. O teto estrelado da Sala de Banquetes

Em Hogwarts, o salão principal no qual todos se reúnem possui em seu teto uma ilusão que reflete o céu estrelado. Tal qual o Salão maravilhoso, os templos celestiais são conhecidos por serem representações do cósmico e, como tais, possuem estrelas pintadas em seus firmamentos, mesmo quando localizados em lugares fechados. Quem tiver oportunidade de um dia visitar um Templo Maçônico poderá observar este detalhe peculiar.


5. As Casas e os 4 elementos

Assim como na alquimia, a Escola de Magia de Hogwarts está dividida em 4 Casas, representando cada uma delas um dos tradicionais elementos alquímicos. Desta forma, Grifinólia representa o elemento Fogo, Sonserina representa a Água, Corvinal (Ravenclaw) o Ar e Huffepuff a Terra. Isto pode ser visto nas cores dos uniformes, nas insígnias e nos animais escolhidos para simbolizá-los.


6. Unicórnio e Fênix

Em HP e a Pedra Filosofal, Rowling fala sobre os unicórnios “branco brilhantes” que vivem na Floresta Proibida.

“Harry viu uma clareira adiante, através dos galhos emaranhados de um velho carvalho. ‘Olhe”, murmurou, erguendo o branço para deter Malfoy. Alguma coisa muito branca brilhava no chão. Eles se aproximaram aos poucos. Era o unicórnio, sim, e estava morto. Harry nunca vira nada tão bonito nem tão triste. As pernas longas e finas estavam em ângulos estranhos onde ele caíra e sua crina espalhava-se nacarada sobre as folhas escuras.”

Em As Núpcias Químicas, Christian Rosenkreutz descreve a cena no jardim em que viu o unicórnio pela primeira vez… “Assim, o jardim que ultimamente estava bem cheio, logo ficou vazio; de forma que além dos soldados não havia nenhum outro homem. Depois que o silêncio foi mantido pelo espaço de cinco minutos, apareceu caminhando para frente um lindo unicórnio branco como a neve, com um colar dourado com algumas letras inscritas em volta do pescoço… e assim o unicórnio retornou ao seu lugar com alegria.”

Em HP e a Câmara Secreta, Rowling dá um lugar de destaque ao pássaro mítico e lendário, a Ave Fênix. Na batalha na Câmara Secreta, Harry é salvo graças à intervenção de Fawkes, a fênix de Dumblemore.

Em As Núpcias Químicas, Christian vê um “fênix gloriosa” no Castelo do Sol.
Além disso, no sexto dia - dos sete - Christian Rosenkreutz e outros adeptos assistiram a um ovo sagrado eclodir e um pássaro sair para fora. A princípio, esse pássaro era fraco e todo vermelho, e depois mudou a plumagem para uma cor preta após beber sangue humano, e depois mudou para branco como a neve, e depois para uma bela mistura de várias cores. O comportamento também mudava durante essas transformações físicas de selvagem para mais domesticado.
Em seguida, os adeptos puseram a ave em uma banheira em que havia um líquido branco, como leite. Esse banho removeu todas as penas da ave e depois os adeptos a pintaram de azul brilhante. Os adeptos a levaram para o andar superior, onde foi colocada perto de um altar e recebeu algo para beber. Subitamente, a ave atacou a serpente branca que vivia na cabeça da morte, fazendo-a sangrar abundantemente”.




E algo que no mínimo, de deixar intrigado, com tamanhas semelhanças. O que nos deixa com a pergunta, qual o grande lance de incluir tantas referencias a culturas e mitologias ocultistas em uma historia infantil, por que não assumir tais referencias como inspiração(tipo por que ela sempre nega quando perguntada sobre isso).
E um ponto a se pensar não?!